jeudi, janvier 10, 2013

Ultimamente tenho pensado muito na minha vida, talvez até demais. Atrevo-me a dizer que já não sou a mesma, já não me sinto a mesma. Confusa, distante. Desconheço-me. 
Sinto-me feliz, mas triste. Torna-se tudo muito mais complicado quando nem mesmo eu me consigo perceber. Vejo-me presa, ou parte de mim, talvez, fechada numa sala escura, de paredes de pedra, assustadora ou não, fria mas também quente, perdida nos meus pensamentos, em que apenas há uma janela pela qual ninguém pode entrar, nem mesmo eu própria, que vejo o meu estado de loucura  meio maníaco e vejo-me a ser envolvida e engolida pelos meus pensamentos. Eu ouço-me gritar, impacientemente, mas ninguém me ouve, é um grito silencioso que foi enfraquecido pelo tempo e memórias passadas.  
Já não consigo rir histericamente como ria, já não choro em filmes românticos e nem a água me sacia a sede. 
Continuo neste confronto interior em que os pensamentos parecem levar avante. Eu não tenho apenas sede de água, quero algo mais, que me tire desta rotina melancólica e que me salve desta minha morte psicológica.  Tenho o coração escaldado e gelado, preciso do sol quente e da neve fria, do preto e do branco, do tudo e do nada. Quando for tarde demais, as certezas irão tornar-se incertezas e eu vou cair num buraco bem fundo, onde não vai haver ninguém capaz de me resgatar dele. 

4 commentaires:

  1. Gostei imenso desse texto!
    Acho que nós mudamos sempre ao longo da nossa vida, nunca ficamos os mesmo! A vida muda-nos!

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  2. Conseguiste descrever o que também estou a sentir de uma forma absolutamente maravilhosa.

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  3. Adorei, o texto está fantástico. Identifico-me bastante. :)

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''Utiliza palavras suaves e argumentos fortes''
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