jeudi, décembre 15, 2011

Sentada na cadeira gélida no fundo da sala, a rapariga tentava esquecer todos os sentimentos do seu coração, expeli-los para o exterior e dizer-lhes eternamente adeus. Contudo, por mais que ela tentasse, eles persistiam a ficar. Todos os sorrisos, mentiras, más decisões ocupavam-lhe a cabeça naquele instante.
Tudo parecia consumi-la aos poucos. As pessoas ao seu redor ignoravam as suas lágrimas  que lhe humedeciam os olhos e os tremores  das mãos que ela ia tendo com alguma frequência. A chuva à dias consecutivos que caia intensamente, era como se a natureza estivesse contra ela, e em vez de belos dias de claridade, encaminhava-lhe gélidos e melancólicos dias de chuva. Os seus olhos, outrora luzentes e alegres eram vencidos por um tom avermelhado e por um inchaço. As suas pestanas encontravam-se ensopadas devido às lágrimas amargas. Mas o que podia fazer?
Escutava a voz fina da docente a ecoar pelas quatro paredes pintadas de um tom claro mas não se encontrava atenta, sentia-se perdida entre todos os seus pensamentos. Ela que tanto consolara e ajudara os que ao pé de si lacrimejavam, presentemente não tinha quem a confortar. E por outros tantos motivos a menina chorava. Chorava por amizades sumidas, chorava pelo abandono e pela futilidade. Chorava por aqueles, que, apesar de a iludirem e a pisarem, foram necessárias para ela durante um período de tempo. Mas no desfecho, ela já nem sabia por quem chorar. As lágrimas eram tantas, os seus pedidos de auxílio também, apesar de calados serem, eram evidentes. Estava a destruir todas as forças que tinha. Cerrava os seus olhos, impedindo o choro, mas era inútil, a sua tristeza era mais forte que a sua contentamento, e ela sentia o fluido salgado a introduzir rios na sua face, velozmente os esfregava para que ninguém mirasse.
Mas, por fim, sem um único sorriso, o seu coração parou de bater, o seu pulso jamais foi escutado, as suas palavras jamais foram ouvidas. Era o fim. E os insensíveis ainda andam à solta, ela só não busca a vingança.

5 commentaires:

  1. Escreves mesmo lindamente (:
    Esta música do Jason Walker é mesmo profunda . Gosto imenso :)

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  2. "Tudo parecia consumi-la aos poucos. As pessoas ao seu redor ignoravam as suas lágrimas que lhe humedeciam os olhos e os tremores das mãos que ela ia tendo com alguma frequência." Gostei muito, este texto fez-me chorar.
    Bom trabalho :)

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''Utiliza palavras suaves e argumentos fortes''
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